Publicado em UWC Waterford Kamhlaba

3, 2, 1…

Já em countdown !

Olá, olá! O meu nome é Inaara tenho 16 anos e estou prestes a embarcar na maior aventura da minha vida ! Daqui a exatamente 55 dias (sim porque já estou em countdown) vou estar a voar para Joanesburgo em direção ao UWC Waterford  Kamhlaba, que fica em Mbabane, na Suazilândia. Ir viver para um UWC é como dar a volta ao mundo num só lugar! E eu como uma apaixonada por viajar e conhecer novas culturas não podia ter deixado de me candidatar! E para minha grande felicidade consegui entrar, e vou ter a oportunidade de fazer parte desta grande família que são os UWC.

Trocar a Europa por África é uma decisão um pouco surreal para a maior parte das pessoas, até mesmo para os meus pais. Tanto é que não me deixavam ir para o colégio sem antes visitá-lo. Então lá fomos nós … Passámos uns dias na Suazilândia para visitar Waterford. No dia em que lá fomos, o meu second year, fez-nos uma visita guiada! E adivinhem, adorei! O colégio é muito modesto mas é espectacular! E eu mal posso esperar por explorá-lo.

Devem estar a perguntar-se porque é que eu ainda não estou no colégio, é porque o ano lectivo lá só começa em Janeiro. Portanto até lá estou a fazer o 12º ano para não estar parada e também para poder passar mais tempo com os meus amigos. Como tenho muito tempo livre aproveito também para fazer voluntariado e tratar de toda a burocracia, que é imensa!

Falta pouquíssimo tempo mas os nervos ainda não se apoderaram de mim, felizmente. Estou super entusiasmada com todos os preparativos e mal posso esperar pelo dia 9 de Janeiro ! 2016 vai ser literalmente “ano novo, vida nova” .

Por agora é tudo, mas aposto que a partir de Janeiro conseguiria escrever um post por dia, pois as experiências que me esperam são mais que muitas!

– Inaara                                                                                                                                        UWC Waterford  Kamhlaba – Suazilândia

Publicado em UWC Mahindra

E a experiência ainda agora começou…

Jantar do UWC Day
Jantar do UWC Day

Olá a todos!

O meu nome é Leonor, tenho 16 anos e estou atualmente a estudar no UWC Mahindra College of India.

Neste post vou falar-vos um pouco acerca da minha experiência de viver no outro lado do mundo.

“Senhoras e Senhores, bem-vindos a Chhatrapati Shivaji Airport, Mumbai. É meia-noite e quarenta e cinco, hora local, e a temperatura lá fora é de 27ºC. Esperamos que tenha tido um bom voo com a nossa companhia aérea.“

Estas foram as primeiras palavras que ouvi no momento em que aterrei em solo indiano. Foi exatamente isto. Estava um passo mais próxima de me tornar numa estudante do Mahindra United World College, de obter as asas para voar ainda mais alto.

Enquanto me tentava orientar pelos colossais corredores do aeroporto, tive a sorte de encontrar as minhas primeiras duas colegas. Avistei uma t-shirt do UWC Bélgica e decidi iniciar diálogo com estas duas raparigas. Seis horas depois e após longas conversas e apresentações cheguei finalmente ao Campus.

Vista da casa da árvore, onde quase todas as tardes eu e algumas amigas nos sentamos a ouvir musica, a ler e a tomar chá enquanto apreciamos a incrível vista.
Vista da casa da árvore, onde quase todas as tardes eu e algumas amigas nos sentamos a ouvir musica, a ler e a tomar chá enquanto apreciamos a incrível vista.

O UWC Mahindra fica localizado no topo de uma colina com a vista mais incrível que alguma vez vi. Cada uma das suas características tão peculiares, como é o caso da casa da árvore, dos quartos com sótão, dos telhados para onde podes escalar, das caminhadas pelas vilas e colinas, uma fauna e flora totalmente novas, etc., tornam este local um autêntico acumular de emoções e vivências.

Vou contar-vos um pouco acerca das experiências mais intensas desde que aqui cheguei.

A primeira foi a semana de integração. Durante uma semana inteira tivemos a oportunidade de conhecer todos os alunos, de falar um pouco sobre as nossas culturas e de realizar diversas atividades. As mais entusiasmantes foram os jogos na lama (sim, lama!), o Buddy Ball, que consistia num baile com o teu Buddy (um segundo ano que te escolhe para tal) vestidos com um traje a condizer; todos os espetáculos e noites de jogos, etc. Essa semana terminou com a primeira ida a Pune, uma das cidades mais importantes do distrito de Maharashtra, logo a seguir a Mumbai. Há quem diga que a cidade tem 6, 10 ou 12 milhões de habitantes – um número brutal! Quando passas a viver num país tão populoso como a Índia, a ideia de “uau, tanta gente” muda completamente. Visitar uma cidade é totalmente diferente comparado com as vilas à volta do colégio. As cidades são uma autêntica confusão, tantos olhares, tantas caras desconhecidas. Por outro lado, as aldeias preenchem o teu coração. As pessoas são tão amistosas, sempre a saudar-te e a sorrir. A Índia é um país de extremos, onde toda a confusão é perfeita, uma beleza característica, que vai desde as cores marcantes dos sharis (traje comum usado pelas mulheres), os rickshaws (modo de transporte), a música barulhenta que só te dá vontade de dançar à comida e todos os seus sabores fortes e absolutamente deliciosos.

Vestidas com sarees durante o Diwali (Ano Novo Hindu)
Vestidas com sarees durante o Diwali (Ano Novo Hindu)

Falando um pouco mais sobre a cultura indiana, na semana passada realizou-se o festival Hindu denominado Diwali. Assim, tivemos a oportunidade de passar 5 dias fora do campus e viver este evento com uma família indiana. Eu e o meu grupo de amigos mais próximo decidimos aproveitar este período para celebrar o Diwali em casa da minha colega de casa indiana, a Nikki, em Mumbai. Estes dias foram importantíssimos para viver a cultura indiana ao máximo. Pela primeira vez, experimentei comida caseira indiana, vesti um saree e aprendi bastante sobre a religião Hindu. Para além disso, pudemos ser autónomos e explorar a cidade com um grupo repleto de diferentes nacionalidades (arménia, nepalesa, butanesa, norueguesa, polaca, francesa, sul-sudanesa, etc), lançámos fogo-de-artifício e vimos a cidade numa das mais incríveis ocasiões do ano, pois este é o festival das luzes e das cores.

Piscina com cascata Natural em Madhya Pradesh, durante a Semana de Projeto
Piscina com cascata Natural em Madhya Pradesh, durante a Semana de Projeto

Uma das semanas mais cruciais foi a Project Week, uma semana na qual os alunos são divididos em grupos de cerca de 15 estudantes e, juntamente com alguns professores, partimos todos para uma zona da Índia para realizar trabalho comunitário, interagir com a população local ou caminhar “em busca de nós próprios”. Foi isso mesmo que eu fiz. O meu grupo partiu para Madhya Pradesh, mais especificamente Pachmarhi. Durante uma semana fizemos diversas caminhadas pelos locais mais bonitos onde alguma vez estive (cascatas de 100 metros, nascentes termais, topos de montanhas), acampámos junto a uma mangueira gigantesca e comemos fruta-do-conde (nunca tinha ouvido falar desta fruta), contámos histórias da nossa infância junto às chamas de uma fogueira, nadámos em nascentes de rios e piscinas naturais e, acima de tudo, tivemos a oportunidade de criar uma ligação fortíssima entre todos. E é este tipo de ligação que tens a oportunidade de criar com as pessoas à tua volta num UWC, desde os alunos ao pessoal que aqui trabalha. O teu grupo de amigos vai desde um sul-coreano a uma zimbabuana, pessoas de todo o mundo unidas por um planeta melhor. Rapidamente te apercebes de que, por mais diferenças que tenhamos e por mais diverso que seja o nosso passado, a nossa amizade e as experiências que vivemos juntos enquanto UWCers são uma autêntica união.

O meu grupo durante a Semana De Projeto
O meu grupo durante a Semana De Projeto

Mas convém não nos esquecermos de todo o rigor que o IB requer. Sim, o IB é tão exigente como muitos me descreveram. Mas a melhor parte é a oportunidade de um ensino tão competente e o privilégio de ter aulas com estudantes de todo o mundo, podendo assim contribuir mutuamente na educação de cada um. Para além disso, o IB vai muito mais além do simples método de ensinar a teoria, colocando-a em prática, pensado para além de fronteiras.

Eu, a minha amiga norueguesa, Thale, e os nossos amigos de Sadhana Friends, um centro de acolhimento para adultos com deficiência mental
Eu, a minha amiga norueguesa, Thale, e os nossos amigos de Sadhana Friends, um centro de acolhimento para adultos com deficiência mental

Nunca imaginei pertencer a um lugar tão mágico como este, no qual tenho a possibilidade de ter uma holandesa, uma indiana e uma francesa como colegas de quarto, fazer longas caminhadas e escalar ao topo de uma montanha com as minhas amigas belgas, viajar pela Índia, fazer voluntariado nas comunidades mais próximas, conhecer mais sobre diferentes culturas e ter o privilégio de ouvir diferentes perspetivas e opiniões sobre os mais diversos tópicos.

No fim de contas, estamos todos aqui unidos pela paz. Nunca pensei acabar num país tão apaixonante como a Índia, ou melhor ainda, num UWC. E a experiência só agora começou, pois eu sei que ainda há muito mais para vir.

Festival "Ganesh Immersion" - um festival cheio de cores, no qual afundamos uma estátua do Deus Ganesh para celebrar a sua presença, bem como para relembrar a proteção do ambiente.
Festival “Ganesh Immersion” – um festival cheio de cores, no qual afundamos uma estátua do Deus Ganesh para celebrar a sua presença, bem como para relembrar a proteção do ambiente.
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Ganesh Immersion