Publicado em UWC Red Cross Nordic

O Período da minha vida

No dia 21 de agosto, a minha família despediu-se de mim no aeroporto de Bergen. Apesar de todos os choros e toda a tristeza envolvida num momento de despedida, fiquei com um sorriso gigante na minha cara e uma mente cheia de expectativas.

No entanto, aquele dia, acabou por não ser como eu esperava. Depois de uma espera de sete horas no aeroporto eu descobri que minha escola fica a três horas da cidade de Bergen. Assim, por volta da uma hora da manhã do dia seguinte, tive o primeiro vislumbre de como é que minha casa iria ser nos próximos dois anos. Todos os primeiros anos tiveram uma receção muito “acolhedora” e diferente, com os segundos anos a correrem para o autocarro e a gradualmente cercá-lo com suas mãos tumultuosas batendo nos lados.

Embora eu me sentisse animado desde que eu entrei no avião para vir para a Noruega, o “boom” de adrenalina só bateu quando eu assisti à primeira reunião do colégio. Lembro-me de ter entrado no auditório e ver todas as bandeiras dos diferentes países a caírem do teto. O ruído constante e profundo causado pelas vozes frenéticas e cheias de alegria e histeria fez com que eu soubesse que estava no lugar certo. Ver o auditório ser lentamente preenchido com todas pessoas com quem eu iria viver durante os próximos dois anos, é definitivamente um momento difícil de esquecer – e foi assim o início da semana de introdução. Durante esses sete dias, todos os primeiros anos tiveram a oportunidade de conhecer o colégio, conhecer os outros primeiros anos e os segundos anos, os professores e os funcionários e prepararem-se mentalmente para o que estava para vir. Quando a escola finalmente começou eu já estava sentindo um dos efeitos colaterais de ser um estudante UWC: a sensação de estar exausto 24/7.

O primeiro mês de aulas passou muito rápido. A adaptação ao novo horário, à nova lingua, à nova casa… Adaptação à nova vida. Uma exigência que todos os estudantes de um UWC devem preencher é ter pelo menos dois EAC’s (calão do UWC Red Cross Nordic para atividades extra curriculares). Como um homem jovem, saudável, mentalmente preparado e forte que eu sou (pelo menos foi o que eu pensei), eu decidi participar num outdoor program. Foi uma das melhores decisões que fiz, no entanto, provou que eu não estava tão bem preparado como eu pensava. Com este programa tive muitas atividades com o objetivo de me preparar para ser um “outdoor leader”. Estas atividades incluem remar de canoa em rápidos, acampar com temperaturas negativas, caminhar oito horas por dia durante uma semana à volta de um glaciar, e muitas outras “coisas à Bear Grills “. E mesmo depois de ter todas essas aventuras exaustivas e exigentes , mal posso esperar pela próxima vez. Foram certamente quatro meses que eu nunca vou esquecer, não apenas pelas pessoas que conheci, mas também pelas experiências que vivi. Agora, depois das férias de natal, estou de volta ao colégio esperando que o próximo período seja o mesmo o melhor do que o melhor período da minha vida.

Rodrigo – UWC Red Cross Nordic, Noruega (2016-2018)

Publicado em UWC Changshu China

新年快乐 or Happy New Year!

新年快乐 ou melhor dizendo Feliz Ano Novo! E vocês perguntam “outra vez?”…. Pois, mas desta vez é que é, prometo. Aqui na China celebrou-se no final de Janeiro o Ano Novo Chinês e foi uma tremenda festa. Como era de esperar, nós aqui no UWC tivemos umas feriazinhas de pouco mais de uma semana e que melhor do que ir a Pequim?

Eu e mais 3 amigos decidimos organizar uma viagem (organizar como quem diz, ahah) à capital. Nepal, Gana e País de Gales, os cantos do mundo estavam representados e estávamos prontos a partir.

No início, Pequim nem parecia ter 22 milhões de habitantes. Estava deserto (este deserto é relativo…). As pessoas normalmente, nesta altura do ano, vão visitar familiares fora de Pequim então a cidade fica “vazia”.

Dado o facto de termos ido no Ano Novo Chinês pudemos ver costumes chineses que não vemos noutras alturas e também alguns que só acontecem agora. Nos Templos budistas viam-se multidões de pessoas a acenderem os pauzinhos de incenso juntamente com a sua oração. Fazendo isto as pessoas sentem-se mais próximas do seu Deus. Acabámos por ir a esta feira no dia de Ano Novo que é bastante tradicional. Basicamente é uma feira com diversas formas de cultura como por exemplo danças, canções e arte mas também jogos de feira popular e comida. MUITA COMIDA.

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Uma tradição que eles têm muito aqui é fogo de artifício e uma espécie de petardos. Resumidamente, todas as pessoas rebentam e quanto mais barulhentos forem melhor (o barulho afasta os espíritos maus). Conclusão, parecia que Pequim estava ser bombardeado de tantos que eles rebentavam, o que foi bastante assustador.

Em termos culturais visitámos a Grande Muralha da China, uma das 7 Maravilhas do Mundo (título que é mais do que merecido), Fragant Hills, Summer Palace, Art District 798, Tiananmen Square e muitos mais locais emblemáticos que não se podem perder.

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Pela primeira vez o provérbio “quem tem boca vai a Roma” foi mais complicado de aplicar. Praticamente não tínhamos boca (às vezes resquícios de chinês mal falado lá apareciam) mas tínhamos telemóvel, o que muitas vezes era a safa. Estou a exagerar ahah, a nossa linguagem gestual passou para um outro nível e posso dizer que o meu chinês melhorou bastante.

Por algumas noites ficámos em casa de um amigo e a hospitalidade foi espetacular e posso afirmar que os chineses quando te recebem dão-te tudo o que está ao seu alcance para te sentires bem e confortável.

Fomos a uma estância de ski a 2 horas de Pequim e pela primeira vez na minha vida fiz ski! Adorei! Não, não foi sku… É claro que caí muitas vezes, mas no final já estava pronto para ir aos Olímpicos de Inverno.

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Deu também para rever amigos (beijinhos para a Malaika!) e overall adorei e foi diferente de todas as outras viagens que fiz e sem dúvida que criei memórias para a vida.

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João – UWC Changshu, China (2016-2018)