Publicado em UWC Changshu China

FUTEBOL!!

Olá a todos mais uma vez!

Desta vez vou falar da minha experiência aqui no que toca ao futebol 🙂

Como sabem ou não, futebol é a minha maior paixão e onde quer que esteja jogo.

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Nós aqui na escola temos uma equipa formada por jogadores de várias nacionalidades, como por exemplo China, Nepal, Índia, Estados Unidos, Gana, Uganda, Venezuela, País de Gales, Indonésia, Estónia, Palestina, Inglaterra, Nigéria, Arménia, Bulgária, Bangladesh, Vietname; Coreia do Sul, Guatemala, Suazilândia, etc.. O futebol aqui é bastante diferente. É diferente em termos de nível, por exemplo aqui fazemos alguns jogos mas nada de competição. Os resultados até agora têm sido bastante positivos e ainda só perdemos 2/3 jogos.

A minha mudança para a China foi algo que acho que me abriu os olhos. Isto no sentido de estava um bocado habituado a jogar em competição e com pessoal que tinha algumas bases no que toca a táticas ou posicionamentos e aqui é mais à balda, é mais para nos divertirmos. Isto num sentido é bom porque ensinas aos outros e ao mesmo tempo aprendes e consegues ver o progresso de cada pessoa.

O que torna esta experiência tão fantástica é o facto de virmos de todos os cantos do mundo e partilharmos esta paixão. A comunicação foi um problema no inicio porque o instinto era falar português mas já parece estar a melhorar.

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A nossa equipa (equipamento branco)

Futebol é onde tenho os meus melhores amigos aqui porque para além de jogarmos juntos também vemos futebol juntos, falamos sobre futebol, ou seja, é algo que nos conecta e é universal.

E para não me alongar muito, se quiserem saber mais, fica aqui um link de um video que fizemos sobre a nossa equipa:

João, UWC – China (2016-2018)

Publicado em UWC Changshu China

A grande saga do Extended Essay!

Talvez a minha segunda melhor experiência, depois de ser parte de um UWC, é ter entregue a versão final do meu Extended Essay (EE). A segunda “pior” combinação de duas letras depois de “IB”… :p

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O Extended Essay é uma parte muito importante do IB. Basicamente, é uma investigação feita pelo aluno numa disciplina que faz parte do currículo e na qual estão interessados. Tem muitos parâmetros que têm que ser seguidos, 4000 palavras no máximo, formato MLA (um conjunto de normas para escrita de trabalhos científicos), a pergunta a ser investigada tem que fazer sentido, etc. Cada aluno escolhe uma disciplina e daí começa a investigação: se é uma ciência natural tem que arranjar os materiais e começar a experiência, se é mais na área de humanidades, livros e procurar fontes. Cada aluno tem também um supervisor, que é um professor que vai estar a acompanhar durante o processo e dá um feedback oficial quando a primeira versão do EE está acabada. Depois de todo o EE ser lido, comentários são feitos, uma vez que durante o processo o professor não interfere na parte da escrita, simplesmente clarifica perguntas que o aluno tem.

Eu escolhi História para o meu EE. Foi uma escolha pessoal porque eu escrevi sobre a minha República na Rússia, Adygea, onde eu nasci e vivi durante a minha infância. Eu sempre quis saber a história dessa região, porque há mais de 100 anos atrás era uma nação independente, mas depois foi conquistada pela Rússia numa guerra que demorou 100 anos. Ler e aumentar o meu conhecimento foi interessante. Deu para aprender e refletir sobre este tópico.

Normalmente um EE de História pode ser acabado em três dias, e eu conheço pessoas que o fizeram. No meu caso, eu quis explorar durante algum tempo porque o tópico é importante para mim. Também se não fosse a preguiça e eu não perdesse tempo à procura de motivação para me sentar e escrever, teria acabado o meu EE numa semana. A investigação levou-me por volta de um mês, depois escrevi o primeiro draft em quatro dias. Os comentários que recebi foram maioritariamente devido a erros gramaticais que eu tinha e alguns parágrafos que tinham de ser mais completos. Again, eu podia ter terminado o meu EE depois de ter recebido feedback em três dias, mas a minha preguiça e “Amanhã começo” levou-me a fazê-lo nos últimos dias antes da entrega final. Mas correu bem, pedi ajuda ao meu supervisor e a uma professora para esclarecer as minhas dúvidas em relação ao MLA. Isto sim foi o inferno! Citações, citações, citações …o pesadelo de cada aluno do IB. O IB controla o plágio e a honestidade académica, levando estes dois aspectos muito a sério. Por isso, tudo o que não foi dito originalmente por mim tem que ser citado e as referências escritas num formato próprio no texto e depois no final do trabalho.

Para concluir, foi uma experiência complicada e interessante ao mesmo tempo. Muitas lágrimas, nervos, risos, desespero, ansiedade, medo, etc. Muitas emoções, mas é uma boa experiência. Isto tem que ser algo que traz prazer, porque sim, depois de entregar o trabalho é um alívio e um orgulho!

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Bella, UWC Changshu – China (2015-2017)

 

Publicado em UWC Adriatic

Antes do Espetáculo

Há poucos dias vivi uma das semanas mais intensas da minha vida (se não a mais intensa). Foi o fim de semana do Congresso dos United World Colleges e o meu colégio, situado numa pequena aldeia chamada Duino, acolheu o evento de braços abertos.

Logo no início do ano os 183 alunos do Colégio do Adriático ficaram a saber do grande evento, que requereu a participação de muitos alunos. Como não sou particularmente dotada nem em música nem na dança, voluntariei-me para ser uma dos guias das centenas de pessoas que durante a semana visitaram o colégio. Logo aí vi que isto não era um evento normal. Conheci pessoas que tinham vindo literalmente do outro lado do mundo só para estarem presentes aqui nestes 2 dias do Congresso, onde as ideias e os sonhos “ran wild”. Lá ia eu fazendo tours, quando me disseram que ia estar presente num acto no espetáculo que a escola organizou. E foi assim que começou “o antes do espetáculo” modo de pensar para mim.

Chegada a noite de quinta feira (a noite antes do dia espetáculo), os participantes sentaram-se todos no nosso auditório. Nessa altura já tinha feito 5 visitas e já estava envolvida em não um, mas dois actos no espetáculo. Depois de uma semana em que todos nos sentíamos estafados, a última coisa que queríamos fazer era passar outras três horas a ensaiar. Mas digo-vos, essa noite foi a melhor. Porque não foi no próprio espetáculo que fortalecemos as nossas amizades e criámos novas; não foi lá que ouvimos pela primeira vez a história da qual o nosso espetáculo tratava, a emigração de um dos nossos colegas e um dos meus amigos chegados que atravessou ilegalmente o mediterrâneo sozinho aos dez anos. Foi nesse mês, nessa semana, nessa noite antes do espectáculo. Porque ao ouvir o discurso da Chiara, a professora que tornou tudo possível, a dizer-nos o quão orgulhosa estava e o quão orgulhosos nós deveríamos estar que todos nós nos sentimos de peito cheio.

O espectáculo no Congresso vai ter sempre um espaço especial no meu coração, porque foi aí que pudemos mostrar a nossa comunidade aqui neste pequeno colégio, mas para mim ele não representa o UWC. Para mim, o UWC é tudo por detrás. São os ensaios às dez da noite onde pelo meio se faziam os trabalhos de casa de italiano (mamma mia!), são as quedas quando não se punha o pé no sítio certo, são as sestas improvisadas noutras residências, são os almoços a correr para ir conhecer pessoas da Suazilândia e da China, são reuniões onde se ri mais do que se trabalha, são os risos e os choros por tudo e por nada, são as brincadeiras mas também as conversas sérias, são os inúmeros polaroids, mas principalmente, somos nós. E é isso, o antes do espetáculo, que eu não trocaria por nada.

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Inês, UWC Adriatic – Itália (2016-2018)

Publicado em UWC Changshu China

Project Week ’16!!

Olá a todos!!

Esta semana que passou tive a primeira PROJECT WEEK!

Ainda mal cheguei ao campus e já estou com saudades. Foi uma semana em cheio e tanta coisa aconteceu.

O objetivo desta Project Week  era irmos a várias escolas, numa das províncias mais pobres da China e ensinar Inglês, Arte, Matemática, etc., aos alunos.

Tudo começou no domingo (6/11/2016), fomos divididos por 2 províncias , Hubei e Henan, que ficam perto da nossa província de Shanghai. Mais ou menos, metade dos alunos foram divididos para uma e a outra metade para a outra. Ao meu grupo calhou-nos Hubei (éramos cerca de 20 pessoas), desde pessoas de Itália, Dinamarca, Tajiquistão, Austrália/Índia, Níger e obviamente China. Tive um dos melhores grupos!

Resumidamente saímos cedinho pelas 7:30 e fomos direitos à estação de comboios de Suzhou. Lá apanhámos o comboio para uma parte de Hubei. Aí fomos então separados nos tais grupos e cada grupo foi para uma “localidade”. A localidade acho que se chamava Luotian. Depois de assentarmos e descansarmos um pouco no hotel fomos conhecer a escola. A escola era enorme e bastante boa. Apesar de por dentro parecer as vezes uma prisão (grades), era bastante bem equipada com computadores e até uma mesa de snooker… Fomos bastante bem recebidos, os miúdos estavam malucos, principalmente com o Nigeriano dado a sua cor negra de pele o que foi bastante engraçado.

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Na tour à escola!

No dia seguinte levantámo-nos cedo e tivemos uma tour pela escola, uma mini-apresentação à escola e logo começámos as aulas. No 1º dia demos aulas ao 5º e 6º ano. Os planos para este dia eram fazer aviões de papel, colorir e depois lançá-los. Podem dizer que isto não é indicado para esta idade. O tanas!! Isto não tem idade ahah os miúdos adoraram! A primeira aula foi um bocado para o frouxo pois não estávamos habituados e as coisas nem sempre vão de acordo com o planeado. Mas depois disso foi muito fixe e acho que os miúdos estavam loucos! Pela tarde tivemos mais aulas e depois de acabadas as aulas tive uma aula de caligrafia! Isto sim, foi uma experiência memorável e que quero repetir! è claro que depois deu para a brincadeira e lá desenhei um panda ahaha. E assim acabou o 1º dia!

2ª dia!! Mais uma vez a mesma rotina, blá blá blá… Desta vez ensinámos 7º ano! E sim, alterámos o plano de aula. Para variar fizemos vários jogos em que trabalhássemos o inglês deles, por exemplo o telefone estragado ou o jogo da mímica. Apesar de não ser tão divertido como “mandar” aviões, foi também bastante gratificante (palavras caras para ver se isto fica com melhor cara :)) Mais do mesmo pela tarde mas desta vez tivemos um jogo de basquetebol!! Isto porque lá o basquetebol é bastante apreciado e devo dizer que se não fosse pela boa vontade deles tínhamos levado uma coça daquelas à antiga ahah. Ainda demonstrei os meus poucos e maus dotes que não ajudaram em nada a equipa. Resumindo, foi uma tarde em cheio.

3ª dia!! Chegámos à escola e desta vez, eu e uma amiga decidimos dar uma aula do tipo “educação sexual” focando-mo-nos mais nas mudanças que acontecem na puberdade, etc. (não era permitido haver namoricos lá na escola e pelo que percebi por toda a China é assim (há exceções atenção!!!)). Como podem imaginar a reação deles foi rir e não ligar muito mas pronto, deve ficar qualquer coisa. À tardinha houve um espetáculo onde dançámos e cantámos, trocámos presentes, despedimo-nos e fomos embora para a próxima paragem.

A próxima paragem foi (não sei o nome desculpem). O hotel onde ficámos situava-se numa zona montanhosa, montanhas essas que iríamos subir no dia seguinte.

4ª dia!! Era dia de subir à montanha e posso já dizer que não estava à espera de ver aquilo que vi. Foi, honestamente, uma das paisagens mais bonitas que já vi e acho que não há imagens que descrevam aquilo que senti. O tempo estava maravilhoso, pois apesar de estar um frio de rachar, tudo branquinho de neve, também havia espaço para sol! O ambiente estava ao rubro e sentia-se a felicidade de respirar ar não poluído ahah!

5º e 6º dia! Nos dias seguintes visitámos alguns museus e pagodas na capital de Hubei, Wuhan. E no 6ª dia voltámos para Changshu!

Observações: A comida na escola foi fantástica e viu-se que eles deram-nos o melhor que eles tiveram.

Os miúdos foram super divertidos e o que mais me surpreendeu foi a inocência deles. Alguns pensavam que as pessoas eram negras por terem estado muito tempo ao sol. No fim sinto que nós aprendemos mais com eles do que eles connosco. Todos nós assinámos cerca de 23630604 cadernos, casacos e braços por dia!

O meu grupo em geral foi mesmo muito bom, fiz novas amizades e criámos histórias!

Acho que já me alonguei e nada disto descreve realmente o que se passou, mas pronto.

Obrigado a todos!

João, UWC Changshu – China (2016-2018)

Publicado em UWC Changshu China

“Olá, sou a Sofia, tenho 17 anos e vivo na China.”

“Olá, sou a Sofia, tenho 17 anos e vivo na China.” Já passaram três meses desde que eu, o João e a Mimi aqui chegámos pela primeira vez e esta frase continua a soar ligeiramente excêntrica.

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Até agora, não encontrei uma palavra que conseguisse descrever corretamente tudo aquilo que se passou nestes três meses, talvez até porque nem eu própria ainda me consegui aperceber de tudo. É sem dúvida uma realidade completamente nova, que me obrigou a aprender a lidar com um grande choque cultural e com um estilo de vida sem qualquer comparação ao que estava habituada.

Para mim, a ideia de ir estudar para o estrangeiro esteve desde cedo presente, não só por ter muita curiosidade em conhecer aquilo que está para além do nosso pequeno-grande Portugal, mas também por achar que tanto do que há para aprender não pode ser ensinado pelos livros.

No entanto, deixem-me que vos diga… Há uma diferença entre “ir estudar para fora” e vir estudar para um UWC. Até agora, não encontrei uma palavra que conseguisse descrever corretamente tudo aquilo que se passou nestes três meses, mas garanto que foram os três meses mais preenchidos que alguma vez tive. São as aulas, as atividades, os projetos, os clubes, as reuniões, as conferências, as deadlines, os amigos. É a impossibilidade de conseguir definir um plano semanal ou uma rotina, porque o inesperado já é esperado. É aprender a lidar e a trabalhar com pessoas completamente diferentes, aceitando que até os pontos de vista que nunca nos passaram pela cabeça, são igualmente válidos. É conseguir fazer tudo isto e muito mais, e ainda assim ter tempo para parar e refletir sobre tudo o que está a acontecer.

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Até agora, não encontrei uma palavra que conseguisse descrever corretamente tudo aquilo que se passou nestes três meses, talvez porque para perceber o que é viver num UWC, é preciso realmente viver num. Mas uma coisa posso garantir, vale a pena. Vale a pena fazer parte de uma comunidade assim, onde para conhecer mais acerca do que se passa no mundo basta sentar-se numa mesa de almoço, onde para tirar uma dúvida basta tocar à campainha e onde no quarto ao lado há sempre alguém disposto a ajudar, independentemente da circunstância. Integrar um projeto desta dimensão é um sentimento único. Não se trata de salvar o mundo, mas sim de progredir. Todos os dias há aqui alguém a fazer a diferença, por mais pequena que esta seja, e isto acontece devido à iniciativa e capacidade de cooperação que se desenvolve. Do meu ponto vista, o pragmatismo é a principal característica dos muitos que aqui vivem comigo. Se é para fazer, faz-se. Se é para organizar, organiza-se. Por estas e muitas outras razões, um UWC é algo simplesmente único. Sei que as candidaturas para o próximo biénio estão à porta, que muitos devem estar a considerar inscrever-se e que muitos outros estão na dúvida se devem ou não fazê-lo. Essa decisão é única e exclusivamente pessoal, e se quiserem, a Associação UWC Portugal é gerida por ex-alunos UWC que se voluntariam todos os anos para responder a todas as vossas perguntas (basta enviarem um email para infoARROBApt.uwc.org). Mas não me peçam que vos descreva exatamente o que é um UWC. Ainda nem eu consegui perceber.

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Sofia, UWC Changshu, China (2016-2018)

Publicado em UWC Li-Po Chun

China Week ’16

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“Olha, até eu tinha saudades de me ler.”

Mais um mês se passou e eu nada. Desculpem lá. O que importa é que estou de volta e trago notícias, não é? Vamos lá.

Há duas semanas (blá blá blá já sei que venho com muito tempo de atraso blá blá blá) soubemos qual seria o nosso destino de China Week. A China Week é uma semana para convívio e aprendizagem com os nossos co-years. Normalmente os alunos do primeiro ano saem de Hong Kong enquanto os second years trabalham nas avaliações do IB, mas por recorrentes problemas com vistos para a mainland China, a escola tem sempre de criar, pelo menos, uma semana de atividades que não implique documentos oficiais. Com isto quero dizer: fiquei em Hong Kong.

De início, confesso que fiquei um bocadinho triste por não ter a oportunidade de explorar uma outra parte da Ásia. No entanto, depressa aprendi que esta semana não é sobre ondese vai mas com quem se vai. As pessoas fazem as memórias muito mais vivas, mais coloridas, independentemente do espaço físico onde tudo se passa.

O grupo de pessoas com quem fui era super dinâmico. Liguei-me a pessoas com quem nunca tinha sequer interagido, aprendi imensas coisas práticas que nunca teria tido a oportunidade de aprender em Portugal ou, pelo menos, dentro do sistema de ensino português. Aviso: o próximo parágrafo vai-se tornar (demasiado) sério. You’ve been warned.

Hora de falar de um dos porquês que me motivou a vir: o ensino português nunca foi muito a minha praia. Claro que tirei “boas” notas, mas saber que há mais para além de estar sentada numa sala de aula durante seis horas para depois despejar matéria numa folha de papel fez-me não me querer conformar com o que estava a viver. As coisas são muito diferentes (e, devo dizer, bem mais interessantes) fora da bolha em que vivemos. Há muito mais para além das quatro paredes e da secretária meio-destruída que nos é incutida desde pequenos. Com isto não quero dizer que devemos todos por a vidinha num avião e lá vamos nós para o (literal) outro lado do mundo. Nada disso. Às vezes, basta mostrar interesse. Dar um passo fora do quarto dos papás. Ler um livro controverso. Conhecer a aldeia ao lado da tua. Experimentar. EXPERIMENTAR. PRATICAR. MEXER. Sair à rua e gritar que não queres mais estar sozinho na tua luta. Sair à rua e lutar. Contra a pessoa que és agora, a favor da pessoa que queres ser. Basta querer. (E ter uns pais fantásticos que te apoiam mesmo quando lhes dizes que a tua vida está a 10000 km deles.)

Ufa. Ok, discursos àparte, devo dizer que no primeiro dia de Dragon Boating (a China Week que me obrigou a acordar às seis da manhã todos os santos dias) ia morrendo. A sério, remar por 10 km de maneira sincronizada é bem mais difícil do que parece e, embora me esteja a rir em (quase) todas as fotos, acreditem que por dentro estava a amaldiçoar tudo o que era santinho no Céu. Malditos.

Não foi tão mau como estou a fazer parecer, diverti-me imenso, mesmo quando a minha temperatura corporal desceu até aos 20ºC. Lol. Enfim, chegámos à ilhazinha onde iríamos acampar depois de sete horas de mar e outras duas de caminhada. Podem ficar impressionados, até eu fiquei.

Ao longo dos quatro dias fomos atacados por vacas, mosquitos, os remos uns dos outros, o mar em si, umas quantas rochas (ainda tenho uma marca no braço por causa da escalada, quem diria que não sou do tipo desportivo), fogo (não me queimei a fazer pão porque não calhou, obrigada Universo) e até pelos chuveiros (água fria todos os dias, só para aprendermos a apreciar os duches no campus).

Mas também vimos coisas maravilhosas: a vista podia ser facilmente confundida com uma proteção de ecrã do Windows, o templo dos deuses da Saúde e da Justiça  (depois do incenso que queimei espero que tudo o que é meu ou dos meus esteja abençoado para o resto da vida), o sol, o mar!!!!!!, os sorrisos uns dos outros (awwwww).

Chegámos ao campus como quem chega à praia depois de meses perdido no mar. Nunca estive tão contente por ver o metro quadrado a que chamo “meu quarto” ou “my room” porque tudo aqui é em inglês e acho que já não sei portuguesar convenientemente.

ChinaWeek8.jpgMariana, Li Po Chun UWC, Hong-Kong (2016-2018)