Publicado em UWC Changshu China

Peace Week

Olá a todos!

Na semana passada, na quarta-feira para ser mais preciso, assinalou-se o “Dia Mundial da Paz” e também o “Dia do UWC” (não é coincidência)! Durante a semana inteira tivemos atividades relacionadas com a paz, inclusive, na quarta- feira não tivemos aulas mas sim atividades e workshops.

Começámos com uma pequena cerimónia em homenagem às pessoas que morreram devido a conflitos ou a tentar espalhar a paz por este mundo. No dia seguinte tivemos uma atividade em que pintámos pedras com qualquer coisa que nos fizesse lembrar paz.

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No final acabámos a pintar-nos uns aos outros e as camisolas uns dos outros num ambiente incrível. Na quarta-feira tivemos workshops sobre vários conflitos que estão a acontecer neste momento, que aconteceram ou que simplesmente ainda se sentem as marcas no dia-a-dia. A mim calharam-me os conflitos “Palestina – Israel” e o “Índia-Bangladesh-Paquistão”. O que é fantástico é que temos testemunhos destes conflitos aqui presentes, testemunhos esses de pessoas da minha idade e que vêm de uma realidade completamente diferente da minha. Na parte da tarde tivemos workshops sobre os valores do UWC que também foram interessantes. A parte mais bacana foi ao final da tarde onde decorámos o nosso parque de estacionamento com temas alusivos à paz.

Quinta-feira foi dia de “Story Telling”! Resumidamente, fomos para a relva à noite e contámos histórias uns aos outros. Esta foi, sem dúvida, das melhores atividades!

Sexta-feira foi o “Peace Concert” atividade na qual estive na organização. Tivemos bastantes problemas em encontrar um espaço que fosse grande o suficiente mas que ao mesmo tempo fosse acolhedor. No final acho que o resultado superou as expectativas e todos aqueles que participaram, quer a recitar poemas sobre a paz, cantar, tocar, dançar, etc., estiveram todos muito bem. “Actually”, eu também participei numa cena de improvisação em que toquei blues com mais 3 amigos e até nem nos safámos mal ahah. Vou-vos deixar com algumas fotos e…14409560_10209261253642716_5344352981692639269_o14344167_649265468582591_7418942663683070404_n

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Um dos murais (inacabado) no parque de estacionamento
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Peace Concert
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Peace Concert

 

PEACE AND LOVE❤

João, UWC Changshu – China (2016-2018)

Publicado em UWC Thailand

45 dias

Faz hoje 45 dias desde que descobri que a minha felicidade vivia no outro canto do mundo. Sento-me agora, após mais uma intensa semana de inúmeras experiências para poder refletir sobre tudo aquilo que tem ocorrido na minha vida:

Passa um ano, desde que esta vontade enorme de mudança surgiu e, olhando para trás, tiro imensa satisfação de todos os momentos, altos e baixos, que marcaram este percurso. Mudar-me para a Tailândia nunca foi algo que sequer me tinha ocorrido, mas estando aqui sinto que esta foi sempre a minha casa.

Localizada no nordeste de Fueta, as portas de uma reserva natural, UWC Thailand é o mais recente colégio a juntar-se a este movimento. Com cerca de 370 alunos, este colégio envolve na sua comunidade não só uma grande variedade de idades como de culturas, tendo inclusive mais de 60 nacionalidades.

Esta descrição, por si só, soa promissora de uma fantástica experiência, mas nada é capaz de prever o outcome desta oportunidade.

A nível académico não podia estar mais satisfeito: pela primeira vez tenho o controlo sobre o meu ensino, adaptando-o ao possível melhor rendimento pessoal como forma de atender ao meu máximo potencial. O contraste com o sistema que estava inserido é absoluto. Aulas de 50 minutos, adaptadas à atualidade e geridas pela participação dos alunos: dão oportunidade ao desenvolvimento de um conhecimento coletivo e pessoal. Há sem dúvida um investimento e uma crença no nosso potencial através da incitação de assumir responsabilidade e crescer com ela. “FAIL” é considerado apenas como “First Attempt At Learning”.

O ensino estende-se também para fora do contexto da teoria e da sala de aula. Todos os dias há uma grande variedade de atividades CAS (Creative, Activity, Service) como forma de desenvolvermos novas skills, um sentido de bem-estar físico e espiritual e capacitando-nos de viver os valores do movimento desenvolvendo atitudes positivas na sociedade que nos rodeia de forma sustentável.

Porém a experiência não se resume simplesmente aos prévios pontos. De facto, o que a torna tão gratificante são as pessoas e as experiências que partilhamos e vivemos juntos. Igualmente impressionante é o contraste entre as realidades de que viemos como a semelhança entre as nossas mentalidades.

Tem sido o início de uma jornada de self-discovery, que mais do que me abrir portas tem-me ensinado em como criá-las.

É difícil pôr em palavras, especialmente portuguesas, tudo o que tenho vivido, experienciado e sentido, portanto seguem-se algumas fotos capazes de melhor ilustrar.

 

(Da esquerda para a direita)

– ‘’never felt so much like myself’’ – foto tirada no mercado da noite

– Típica foto das fantásticas praias tailandesas (contudo não ficar enganado pois a realidade, não envolve só estas praias paradisíacas. Referindo ao tema das praias, muitas delas estão poluídas, sendo uma das atividades extra curriculares a limpeza destas)

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(cima) Foto de grupo numa visita a uma cascata de água

(baixo) Foto mais ‘cultural’ num Mercado na Phuket town

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– fotos de um workshop de arte com o lixo encontrado nas praias que liderei no UWC day (por motivo de curio
sidade eu simplesmente fui colocado numa sala com uns 20 outros alunos e tive de bem à portuguesa me ‘’desenrascar’’ e fazer algo acontecer. O resultado, sinceramente, foi muito gratificante e julgo que cumpriu com o objetivo inicial – é suposto simbolizar uma mantaray que é a mascote da escola)

Diogo, UWC Thailand – Tailândia (2016-2018)

Publicado em UWC Li-Po Chun

Regresso às Aulas

Podem berrar, trepar paredes, tapar os ouvidos e cantar lalalalalalalalala vinte vezes só para não ouvirem que as aulas começaram. Mas vai continuar a ser verdade. Começaram mesmo. Estou na minha segunda semana do IB (ver glossário)  e acho que chegou a altura de vos contar como tem funcionado.

  1. Os horários não são nem diários, nem semanais: funcionam por blocos de 1 hora e a rotação tem uma duração de oito dias. (Hoje, segunda feira, estou no dia 5 do meu horário.)
  2. As aulas não duram o dia todo! Geralmente começam às sete e meia da manhã (lalalalalalalalala) mas acabam sempre antes das duas da tarde (yay!) com um intervalo de vinte minutos lá pelo meio.
  3. Depois do almoço iniciam-se os QCs (ver glossário outra vez?) que variam de horário dependendo das atividades que nos são atribuídas.

Os QCs só começaram esta semana: Temos de ter um serviço para a comunidade (Hong Kong Animal Rescue – voluntariado num abrigo de animais em HK), um serviço do campus (Audiovisuals Team – a sério, nem sei como é que acabei a fazer isto), uma atividade (Dança – não era uma das minhas escolhas mas vou tentar tirar o máximo partido da experiência) e uma criatividade (Bou Zi – o jornal da escola!).

Pelo meio disto tudo ainda temos de ter tempo para dormir, falar com as famílias, estudar (ainda mais), briefings no auditório, conversas com os vizinhos de bloco e reuniões de (no meu caso) LACE e ECE – Latin American Cultural Evening e European Cultural Evening. Também existem clubes como o Fempo (pro-igualdade de géneros) que, de vez em quando, fazem noites de poesia e música nas quais somos encorajados a participar.

Tem sido intenso mas as amizades já são fortes e a vida nos blocos é fantástica (mosquitos, lagartos e aranhas à parte). Estou mais que feliz por ter embarcado nesta aventura, ainda que tudo seja tão diferente.
Mariana, Li Po Chun UWC – Hong-Kong (2016-2018)

 

 

Publicado em UWC Changshu China

SUZHOU!

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Olá a todos! Desculpem se já não escrevo há algum tempo mas apenas vou escrever se tiver alguma coisa de jeito para contar.

Esta semana tivemos um fim-de-semana prolongado que começou na quinta. E porquê? Porque foi o “Mid-Autunm Festival” ou “Moon Festival” que tem a ver com estar lua cheia e é por isso que também se comem os famosos “Moon cakes” dos quais não sou muito apreciador.

Por ter uns diazinhos de férias, eu e uns amigos decidimos ir a Suzhou. Suzhou é  uma cidade perto de Changshu com cerca de 10 milhões de habitantes e é capital de distrito (acho eu). Foram apenas dois dias mas deu para refrescar as ideias e explorar a China.


Basicamente fomos para lá num táxi com 6 pessoas (com condutor) (sim, porque na China se um táxi vai com menos de 6 pessoas estamos a desperdiçar espaço e dinheiro ahah). Chegámos e fomos dar uma volta por Suzhou, mais precisamente à Times Square que é um sítio moderno com zona comercial, etc. Pela noite, jantámos num sitio muito bom e típico. De seguida fomos sair e fomos a alguns bares, nada de especial, e acabámos no KFC.No dia a seguir descobrimos a Pingjiang Road que é uma “rua” muito castiça e cheia de comercio local e de excelente comida! Mais à noite fomos ao Lazer Tag que foi mesmo divertido!

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Resumidamente foi isso e mais uma vez obrigado!

João – UWC Changshu, China (2016-2018)

Publicado em UWC Robert Bosch

As primeiras semanas

Estou no final da minha segunda semana de aulas e não tenho escrito nada a relatar a minha experiência aqui… O último texto que escrevi estava dentro do avião quase a chegar ao aeroporto onde o colégio me ia buscar.

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Quando chegámos, eu e o meu co-year espanhol tínhamos dois professores e três co-years, uma mexicana, um dinamarquês e um colombiano, esperando-nos. Quando cheguei ao campus do colégio tivemos uma recepção calorosa por parte dos nossos second-years, que preparam tudo para nós. Levaram-me para a minha casa, e mostraram-me o meu quarto, que partilho com um liberiano, que só chegou uma semana depois, com um britânico/francês e um chinês/alemão, portanto temos 6 nacionalidades no meu quarto.

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Orientation Week

Durante a semana de orientação fizemos imensas actividades, caminhadas, festas, muitas palestras de como funciona o colégio e o movimento UWC. Os nossos second-years no primeiro fim-de-semana foram acampar, portanto tivemos o campus só para nós, o que foi muito bom para nos conhecermos enquanto grupo. Neste tempo de adaptação tivemos de começar a pensar nas disciplinas que queríamos oficialmente, o que foi um pouco complicado. Também tivemos de começar a pensar nas Project Week (Visita de Estudo) e nas CAS (actividades extracurriculares), que só escolhemos esta semana. Portanto, depois de tudo pronto para as aulas começarem, finalmente as tivemos, foi bastante surpreendente a maneira como tudo funciona, é totalmente diferente do método de ensino português, mas melhor. Agora terminei a minha segunda semana de aulas, estou à espera que me enviem com que CAS vou ficar e já tenho a Project Week escolhida, estou pronto para outra semana.

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Foto de grupo com os latinos que me fazem sentir como se estivesse em casa

 

 

Felicidades,

Gabriel – UWC Robert Bosch College, Alemanha (2016-2018)

Publicado em UWC Li-Po Chun

MAGICAL MYSTERY TOUR

Domingo, 09 de setembro ou “aquele dia em que nos vestimos todos de igual” ou “aquele dia que não foi nem misterioso nem mágico mas foi definitivamente divertido”.

O dia começou com o já habitual briefing e promessas de ser quentinho.

Depois do discurso do meu querido professor de Química sobre no que consiste a Magical Mystery Tour (uma espécie de peddy paper), separámo-nos em grupos e depois seguimos para Hong Kong. Sem professores, sem guias turísticos, apenas com $HK60 e uma pista sobre o primeiro posto.

Pusémo-nos no metro e ali fomos nós! A primeira paragem foi em Times Square, onde duas second-years nos esperavam. A ordem de trabalhos: cantar uma música de Natal à volta de um grupo de pessoas e depois “adormecer”. Os dois miúdos para quem cantámos o Jingle Bells ficaram super contentes e ainda nos deram uns abracinhos no final. Recebemos a próxima pista e comprámos o primeiro snack da manhã: egg waffles!

Não ficámos secos durante muito tempo: caiu sobre nós uma chuva nada miudinha e fomos obrigados a correr de volta para a estação de metro até ficarmos encharcados. Entrámos, então, no ferry, que nos levou para TST, o centro de Hong Kong, onde tivemos que “lutar” uns com os outros em câmara lenta e ao estilo do Bruce Lee. Luta terminada, foi-nos dada a próxima pista: seguimos para Mong Kok.

Ok. A diversão começou realmente neste ponto. Quase desistimos de toda a Magical Mystery Tour porque não conseguimos encontrar os second years depois de quase meia hora… Entrámos no Starbucks para comer qualquer coisinha e, por qualquer razão, acabámos todos vestidos de igual.

2016-09-11 10.51.28 2.jpgDa esquerda para a direita: Lukas, Shawn, Lindie, eu!, Giovanna, Eunice e Crystal

 

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Andámos por Hong Kong desta maneira o resto do dia… Finalmente conseguimos encontrar os second years à porta da estação de metro (fizeram-nos cantar no meio da rua até um rapaz nos dar um dólar!) Enfim… Seguimos a pista deles e acabámos, então, no IKEA em Sha Tin.

Depois do voto de todo o grupo, decidimos que a Giovanna e o Shawn realizariam a atividade que os second years nos haviam proposto: teriam de fingir que estavam numa relação e terminá-la no meio do IKEA. Depois da “atuação” comprámos umas coisinhas necessárias para os quartos (principalmente caixas para arrumação) e voltámos para o LPC mesmo a tempo de mudar para os nossos “trajes” nacionais e jantar.

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A primeira noite de Café foi um sucesso. Celebrámos as nossas diferenças e encontrámos pontos em comum entre as culturas em que vivemos e ainda houve espaço para nos rirmos um bocadinho com a participação de alguns professores!

Foi a melhor maneira de acabar um dia fantástico!

Mariana – Li Po Chun UWC, Hong-Kong (2016-2018)

Publicado em UWC Changshu China

2nd GRAND OPENING!

Ontem foi um dia especial! Foi, digamos, a abertura oficial deste ano! Foi uma mistura de cores, trajes e línguas espetacular. Eu “fui” com o traje de homem da Festa dos Tabuleiros (festa típica da minha cidade, Tomar) e era dos mais simples. Pelo meio tivemos uns discursos e umas atuações (dragon dance, dança, música, etc.) muito fixes. O jantar também foi melhor que nos outros dias, ou seja, foi tudo a condizer. O melhor disto tudo foi sem dúvida o convívio e a felicidade que se viveu e que se vive, que se respira. Obrigado por tudo!

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Os Tugas

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João – UWC Changshu, China (2016-2018)

 

Publicado em UWC Li-Po Chun

Primeiras atividades no colégio

Finalmente tenho tempo livre para vos por up to date com a vida no campus do nosso (já) tão amado LPC.

Vamos lá.

Segunda feira, dia 05 de setembro, foi o primeiro dia da Semana de Orientação (ou O-Week) e começou com uma introdução à semana, dada pelo Steve, o diretor de EOTC (ver abaixo) à qual se seguiu a apresentação dos valores e grandes conquistas dos UWC de todo o mundo, mas especialmente do UWC Hong Kong.

A mudança de fuso horário – aqui são oito horas a mais do que em Portugal – não ajudou o facto de passarmos a tarde no auditório e no bloco académico, a falar sobre as consequências do consumo de álcool e as leis tanto do colégio como de Hong Kong quanto ao mesmo. Durante a reunião do bloco (GO TURTLES!) discutimos todas as regras de segurança até seguirmos para os apartamentos dos respetivos tutores. Alguns de nós decidiram apanhar o MTR e seguir para Ma On Shan (MOS) em busca do melhor bubble tea. Acabei por beber chá frio de limão e gengibre que acabou por ser muito melhor que o “chá de bolhas” e a saída deu para conhecer melhor (ou começar a conhecer) alguns dos meus co-years.

Check-in feito às nove da noite e estávamos prontos para descansar e acordar fresquinhos na

Terça feira, dia 06 de setembro. A manhã começou com um briefing do Steve e foi-nos apresentado o conceito e funcionamento de EOTC (Education Outside of The Classroom – Educação Fora da Sala de Aula). Depois do almoço, andámos pelo bloco académico num carrossel de apresentações de diferentes serviços (para o campus e/ou para a comunidade) dos quais poderemos eventualmente fazer parte. Seguiu-se a feira de Quan Cai – as atividades extracurriculares – cheia de animação, atuações e gente talentosa.

Voltámos aos blocos (GO TURTLES!) nos quais realizámos jogos para quebrar o gelo e assim, conhecermos melhor os nossos vizinhos e, entre a perda momentânea de uma das minhas sapatilhas (eu sei: wtf?) e o lanche fantástico na casa da Linda, a nossa Head of House (ou “chefe” de bloco), chegou a hora do jantar e, depois dele, do flea market.

O mercado consistiu na venda de um conjunto de objetos, necessários à vida nos dormitórios, doados pelos nossos second years, a um preço muito mais reduzido do que num verdadeiro mercado. Foi uma confusão, com os first years a correrem e a empurrarem-se uns aos outros para conseguirem comprar a melhor carpete ou aquelas luzes de fadinha… Apesar de não ter corrido, porque a humidade tinha-me posto a suar que nem uma doida, do flea market consegui comprar (por 40$HK):

  1. umas cortinas super giras
  2. cabides
  3. um género de arquivo para documentos

Por isso declaro a ida ao mercado: SUCCESSFUL!

Quarta feira, dia 07 de setembro teve uma manhã fácil. Tratámos dos nossos dados pessoais, no General Office (secretaria) e falámos com a Monica, a enfermeira da escola, para ela se certificar que estamos todos bonzinhos e bem de saúde. Ainda houve tempo para falar com a Karmen, a senhora da biblioteca, e o Kenneth, responsável por tudo o que é informática.

Depois do almoço, saímos para acampar no inferno das vespas. Já vos conto porquê…

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A chegada ao acampamento deu logo sinal de que iriam haver problemas para os blocos 2 & 4. A chuva não parou, nem quando conseguimos levar todas as caixas para a cozinha e a área de convívio. Na subida para os dormitórios das raparigas, encontrava-se uma aranha (muito) maior que a minha motivação para me levantar da cama de manhã, que ameaçou logo morder se lhe causássemos algum transtorno. Não foi ela que nos perturbou. De todo.

Ainda não íamos a meio dos warm-up games (foram-nos dados poucos minutos para dizer determinadas coisas a todos os membros do grupo) quando um ninho de vespas decidiu atacar duas alunas e uma professora (a minha tutora!!), que estava “encarregada” de organizar as refeições. As três tiveram de ser levadas para o hospital. As atividades antes do jantar foram, então, canceladas e a maior parte de nós ficou no dormitório a conversar ou a dormir (ou ambos).

Felizmente, os nossos second-years são fantásticos e, por isso, conseguiram dar a volta à situação e fazer um jantar BBQ super yummy. Comemos hambúrgueres, salsichas, vegetais, havia maçarocas de milho e até opções de hambúrgueres vegetarianos. Depois do jantar, participámos em Playback Theatre pela primeira vez.

Playback Theatre define-se como um género de teatro interativo terapêutico que, por meio de gestos e sons, pretende interpretar espontaneamente uma situação, uma história curta ou longa ou um sentimento/s sugerido pelo público. Desta forma, o “problema” assume um estado físico e pode ser simbolicamente ultrapassado. Deparámo-nos com atores maravilhosos (cinco dos nossos second years + o Steve) que puxaram de nós (o público) gargalhadas, acenos de concórdia e até algumas lágrimas no cantinho doe muitos olhos.

Foi a melhor forma de “acabar” a noite. (Ainda ficámos acordados pela noite dentro a conversar ou a partir o coco a rir porque um qualquer video às duas da manhã deu ares de divertido…)

O dia seguinte começou às 06:30 da manhã com uma caminhada super longa para aqueles que se sentissem bem o suficiente para a fazer. Chegando-se da caminhada matinal, tomámos o pequeno almoço, arrumámos tudo o que levámos connosco e reunimo-nos na rua para fazer a reflexão final.

Até no final do acampamento tivemos incidentes com animais. As vespas multiplicaram-se e um macaco apareceu do nada. Felizmente ninguém se magoou e a reflexão serviu para mostrarmos uns aos outros que não estamos sozinhos, qualquer que seja a situação em que estejamos.

Mariana – Li Po Chun UWC, Hong-Kong (2016-2018)

Publicado em Short Course UWC

“Waves for Change”

Foi rodeada de amigos UWCers (a quem desejo a melhor das sortes nos respetivos colégios), e com Portugal a ganhar a meia final do Euro, que recebi o email que me informou que tinha sido selecionada para um short course ao qual me havia candidatado, no UWC Mostar.

O tema, movimentos sociais, despertou a minha atenção quando tomei conhecimento da existência deste curso. É um tema que, a meu ver, tem imensa importância para que o mundo possa evoluir e mudar. Fez todo o sentido, tendo em conta a importância da mudança na cidade, e no país onde o curso teve lugar, e também pelo facto da UWC ser, no fundo, um movimento social.

Por isso, dia 11 de agosto começou a minha mini jornada UWC. Às 6 da manhã apanhei um avião para Munique, onde conheci a Pia e a Goya, que faziam parte do curso. Em Sarajevo, comecei a aperceber-me do quão diferente da minha realidade era aquele local. Uma coisa que me marcou bastante na viagem foi perceber que, embora tão perto, a Bósnia e Herzegovina está bastante longe daquilo que consideramos a “realidade europeia”. Buracos de bala nas casas que hoje as pessoas habitam, edifícios bombardeados, um país que ainda não recuperou daquilo que lhe aconteceu há 20 anos.

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“The old bridge”, o símbolo de Mostar

Cheguei ao meu destino final, Mostar, 3 horas depois de sair de Sarajevo. A certo ponto, comecei a viajar ao lado de um rio, com uma cor que não posso esquecer. Chegada lá, conheci outras das pessoas com quem iria partilhar a fantástica experiência que foi o “waves for change”.

Mostar é uma cidade marcada pela diferença. As pessoas rotulam-se como bósnios e croatas, e apesar de partilharem a bela cidade onde vivem, não partilham o espaço em que habitam, trabalham, ou têm momentos de lazer (a cidade está literalmente dividida em dois). Impressionou-me bastante sentir como, em pleno século XXI, ainda nos podemos dividir desta forma, como ainda não aprendemos o suficiente com o passado.

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O edifício do UWC Mostar e Mostar gymnasium, onde tivemos a maioria dos nossos workshops

O short course que frequentei foi organizado por alunos UWC, a maioria de Mostar. Agradeço-lhes todo o trabalho e tempo que investiram em fazer-nos viver a chamada “UWC life”, aprender sobre movimentos sociais, e, ao mesmo tempo conhecer o intrigante país que a B&H é, conseguindo interligar tudo.

Tivemos diversos workshops, com um método de aprendizagem algo diferente daquele a que estou habituada. Os oradores interagiam connosco, propunham-nos tarefas e questionavam-nos. Partilhavam connosco as suas histórias, o seu trabalho, a sua realidade.

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As noites passadas a jogar UNO

Nos tempos livres, aprendi tanto como nos workshops. Estava com jovens de todo o globo, com diferentes vivências, com tantas histórias e pontos de vista para partilhar.

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A nossa cultural evening

Houve espaço para atividades menos teóricas, e não relacionadas diretamente com o tema do curso, em que tivemos a oportunidade de conhecer os outros, dar a conhecer-nos e conhecer o local: os umbrella groups, grupos de reflexão ao final do dia; a nossa cultural evening, em que tivemos a oportunidade de partilhar parte da nossa cultura com os outros participantes e facilitadores (e também com os second years que iam chegando e com quem íamos estabelecendo amizades); a noite de story telling, em que todos nos sentámos no parque e tivemos a oportunidade de partilhar algo sobre nós; o service day, em que prestamos serviço à comunidade; a bonfire night, a última atividade do curso, momento em que tivemos a oportunidade de estar todos juntos e conviver na praia; e as visitas a Kravice e a Sarajevo.

Palavras (ou fotografias) não conseguem, contudo, mostrar o que esta experiência significou para mim, ou tudo aquilo que em 10 dias aprendi e cresci. Guardarei para sempre todas as aventuras, desafios e todas as maravilhosas pessoas com quem me cruzei, que espero reencontrar.

Leonor – Shortcourse UWC “Waves for Change” in Mostar

 

Publicado em UWC Li-Po Chun

A chegada ao colégio

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As aulas ainda não começaram oficialmente… Mas o que conta é que estou aqui e com o entusiasmo todo!

Quase causei um ataque de coração à minha second-year (Desculpa, Cláudia…) porque a minha mala chegou enrolada em papel celofane e com metade das entranhas de fora, o que me levou a um dos responsáveis pela bagagem e, assim, causou um atraso na minha saída do aeroporto. Quando finalmente saí (com a mala inteira!) fui recebida por um grupo de second years (ver glossário…) e alguns dos meus co-years que tinham chegado um pouco antes de mim. Foi uma alegria ridícula que nem o tempo SUPER húmido e quente conseguiu quebrar.

Chegados ao colégio, nem tempo tivemos para desfazer malas, seguimos para a cantina, onde nos esperava um jantar delicioso (que, mais tarde vim a descobrir, nem sempre é assim tão fantástico e variado) e ainda mais pessoas para conhecer.

Apertei umas 30 mãos e abracei uns 100 co-years/second-years e não memorizei o nome de metade… Tenham paciência. Working on it.

Conhecemos o nosso tutor (acho que fiquei com a melhor tutora😉 ) e tivemos direito a mais sobremesas. Entretanto começo a rebolar pelos corredores do bloco 4…

Adiante, o Welcoming Show foi lindo de morrer! Toda a gente é extremamente talentosa e fez da primeira noite inesquecível! Aqui fica uma lista de algumas das atuações nessa noite:

  • Dragon Dance (Boys & Girls!)
  • Muiiiiita cantoria…
  • A apresentação de uma arte marcial da qual não recordo o nome
  • A dança dos leques
  • Mais cantoria
  • etc

Ainda houve tempo para o check-in diário na sala comum do bloco e uma reunião de LACE  (Latin American Cultural Evening) num dos quartos, na qual incluíram Portugal, porque há duas de nós e também somos latinos (?) Adiante. Toda a reunião decorreu em espanhol, exceto quando eu falei… Oh, come on! Entendi tudo o que disseram, já é um começo, right?  Vou tentar apanhar algumas palavras e frases para me fazer entender entre o pessoal espanhol/latino. Por enquanto, são todos super porreiros e simpáticos!

Terminando a meeting, voltei ao quarto para finalmente desfazer as malas e tentar arranjar espaço para tudo o que trouxe de Portugal.

Às 11 horas ficámos sem luz principal e às 11h30 sem wifi. Estes posts têm sido feitos um bocadinho em cima do joelho por falta de tempo (e wifi, culpem a escola), mas prometo que vou começar a tentar fazer mais um tempinho para que fiquem extra nice!

See you soon.

Mariana – Li Po Chun UWC, Hong-Kong (2016-2018)