Publicado em UWC Robert Bosch

Relembrando os últimos dias antes do Verão

Esta foto é do Outdoor Weekend quando fizemos uma caminhada por um percurso de lagos pela floresta negra. Estivemos acampados na floresta e esta era a única maneira de tomarmos banho e foi das últimas aventuras do 1º ano.
Gabriel, UWC Robert Bosch College – Alemanha (2016-2018)
Publicado em UWC South East Asia

Olá desde Singapura!

 

Hoje fui jantar fora pela primeira vez com a boarding house (residência). Foi super divertido! Jantámos nestes sítios chamados “food courts” onde podemos comer todo o tipo de comida, desde comida Japonesa, Indiana ou até mesmo ocidental, é só escolher. A maioria das refeições nos food courts raramente passam os 5 SD$

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Tiago, UWC South East Asia – Singapura (2017-2019)

Publicado em Pós-UWC

“Empregabilidade”, IB e UWC

Normalmente evito publicar textos meus nas redes sociais, simplesmente porque prefiro a comunicação em pessoa. Muito menos publico textos em português, visto que há mais de 4 anos que não escrevo de uma maneira mais formal na língua, padecendo portanto, de falta de prática. Porém, acho que a situação exige que faça ambas as coisas.

Como resultado de uma conversa, pus me a pensar sobre os conceitos de “empregabilidade”, e do IB, nomeadamente, o IB nos UWC. Tudo o que é escrito a seguir, é o resultado de uma reflexão minha, sujeita a falhas – visto que é a minha visão e opinião que expresso, e não necessariamente verdade.

São várias as críticas feitas tanto aos UWC como ao que não é dito às pessoas que se candidatam aos UWC (muitas das quais são críticas válidas). Uma das coisas que me foi apontada, é que o desafio UWC é tão grande, e tão mais do que académico, que os alunos que se candidatam aos UWC “deveriam ser avisados que a sua posterior entrada em universidades de renome e consequentemente a sua “empregabilidade” estará afectada no futuro”. Isto porque o IB não oferece uma educação tão específica como os A-levels ou o ensino secundário português, e ainda por cima, os UWC e o conceito de acordo com o qual foram fundados, oferecem mais desafios do que o académico, e portanto, privam os alunos de uma maior concentração em disciplinas específicas estritamente académicas e direcionadas para a área de uma “profissão”.

Consigo perceber o raciocínio, mas não concordo com o mesmo. Se bem que por razões que podem não ser necessariamente óbvias.

Vivemos num mundo em que nos queixamos que as pessoas se tornam cada vez mais frias, em que pessoas se queixam de que não há contacto humano. Por exemplo, no outro dia, em Haia, vi uma senhora a jantar com um urso de peluche – leia-se, o urso de peluche e a senhora estavam num encontro, a jantar. O UWC forma seres humanos. Seres que não só sabem ler livros e memorizar matérias, mas como também sabem conviver em sociedade. Oferece desafios como serviço voluntário a comunidades desfavorecidas, e actividades co-curriculares, que ensinam aos alunos a arte de ser humano. Não pensemos por algum momento que o altruísmo, a capacidade de comunicação e o pensamento prático são capacidades inerentes aos seres humanos – são antes capacidades aprendidas. São as últimas as quais os UWC ensinam aos alunos, formando indivíduos que venham a trabalhar para o bem da sociedade em que se inserem, independentemente da área de estudos (ou não estudos) que sigam.

Se no final dos dois anos nos UWC, os alunos não conseguirem completar os exames com notas excelentes, porque estão exaustos -porque falaram com pessoas de demasiadas nacionalidades, porque tiveram de partilhar quartos e casas de banho, porque tiveram que resolver os seus problemas, porque tiveram que ajudar o próximo, porque aprenderam coisas que não vêm nos livros -, e consequentemente não conseguiram entrar para a 1ª melhor universidade do mundo, mas entraram para uma instituição de ensino superior com qualidade… não desesperemos! Porque qualquer que seja a instituição de ensino para que entrem, a estes alunos foi dada a oportunidade de terem a capacidade de tirarem o melhor proveito dos sítios onde se encontram.

Quanto à não especificidade do IB… quando aos 15 anos me pediram a mim, para escolher a “área” para que queria ir, eu escolhi o que ficava bonito no papel: na altura queria ir para médica. Neste momento, 4 anos depois, estudo humanidades, e estou a tirar 2 cursos superiores diferentes… não tenho a mais vaga ideia do que vou fazer a seguir. É, na minha opinião, uma atrocidade pedir a adolescentes que escolham uma área e profissão, simplesmente porque os estamos a limitar. O IB permite que se foque em algumas disciplinas a mais elevado nível, e que no entanto, se tenha uma abertura para outras áreas (línguas, humanidades, ciências, artes). E assim se dá aos alunos a possibilidade de ter um amplo caminho pela frente. Se liberdade é educação, então usufruamos de liberdade por inteiro. Todo o conhecimento do qual somos privados é liberdade que se perde.

Por fim: “empregabilidade”. Este conceito e o de “profissão” são necessários talvez para uma organização ordeira da sociedade, e não questiono que lá esteja por uma razão válida. E sim, é verdade, as faculdades em que estudamos podem eventualmente condicionar-nos ou providenciar-nos oportunidades, mas não pensemos dentro da “caixa”. Mais e mais a nossa sociedade precisa de pessoas que não só são boas numa área específica, como têm outras capacidades desenvolvidas. E se eventualmente uma empresa recusar contratar uma pessoa por causa de ‘x’ pontos académicos, quando esta tem muito mais valências, então eu diria que a empresa não tem muito futuro de qualquer das maneiras.

Os maiores idiotas que conheço (Bernard Lewis, Samuel Huntington, por exemplo) estudaram e ensinaram nas melhores universidades do mundo… não são por isso pessoas mais brilhantes…

Para terminar, aquilo que sou hoje, posso não querer ser amanhã. Felizmente, foi me dada toda a educação e todos os meios para que possa mudar e adaptar-me.

Disclaimer: assim como nada é utópico, não esperem, de modo nenhum, encontrar a utopia nos UWC (eu pelo menos, estive lá, e não a encontrei ) não temos de ser todos iguais, e não temos todos de ir para UWCs para ser altruístas e bons agentes sociais, capazes de se adaptarem – é sim preciso, ter certos ideais em mente.

Hannah Nafize Ahamad Madatali – UWC Atlantic College, Reino Unido (2013-2015)

 

Publicado em UWC Li-Po Chun

Menos de 1 mesito de diferença

Estes 2 posts têm semanas de diferença e ai que diferença que umas semanitas fazem!!!

12 de Julho:

Estimar

Parece que estou a ouvir-vos a refilar desse lado do ecrã pelo atraso deste post. Desculpem lá… Vamos ao que interessa.

Só agora, um mês e meio depois, no sofázinho da sala de estar, é que tive a coragem de respirar fundo e dar-vos notícias dos últimos tempos.

Cheguei a Portugal a 24 de maio, de coração apertado, lágrima no olho, alma dorida e mente cansada por causa dos contrariados “adeus” dos dias anteriores e pelos voos longuíssimos que me deixaram esgotada. Os papás estavam à espera no aeroporto, de flor na mão e tudo. Chorei logo. (Até parece que já não sabem como sou…)

E tenho chorado e rido e sorrido e soluçado muito desde aí. Emoções fortes: contente por estar de volta à terrinha do coração (nem que seja só por dois meses e meio), triste por não estar lá fora, receosa por ter de voltar ao campus sem metade das caras que vi todos os dias durante um ano (e que provavelmente não vou voltar a ver durante muito tempo), entusiasmada por ser uma segundo ano e poder mostrar tudinho aos novos alunos (que, em jeito carinhoso, gosto de tratar por “garotos”) e, principalmente, atolada com trabalhos e teses, para serem feitas e acabadas antes de chegar ao campus, em Agosto. A lista de coisas para fazer só cresce, nunca mais se acaba, e a vontade de trabalhar parece que só mingua… A tese (IA) de geografia já vai a mais de meio, graças aos deuses, a de matemática ainda nem começada está e a geral (EE) vai pelas ruas da amargura. Mas até Agosto as mangas (metafóricas, que o calor mal se aguenta) hão-de ser arregaçadas…

Socorro.

Com a distância, também as amizades ficam fragilizadas, tanto as de lá como as de cá. A maior parte dos amigos de cá estão de exames acabadinhos (os resultados saem amanhã), a preparar-se para entrar na universidade, e a Mariana, apesar de ainda não ir para o ensino superior, também se está a preparar para mais um ano de muito trabalho, novas amizades, muitos dramas (que de certeza vão ocorrer) e, espero, nenhum amor. Stay tuned!

P.S. – As notas deste ano já saíram e, devo dizer, melhorei bastante desde o primeiro período. The only way is up. Português já ficou feito para o diploma oficial (com um 6 de 7, nada mau) por isso 1 down, 5 more to go!

 

  25 de Julho:

AI

Queridos co-years (e outros que se mostrem interessados),

Este post é diferente porque cheguei a um ponto em que estou a desesperar. Sim, a DESESPERAR! Já nem sei de quantas due dates tenho de me lembrar… Com a Extended Essay de introdução meio feita, Internal Assessments de Geografia a meio e de Matemática por começar, formulários de universidades a chegarem com um ping! para o email todos os dias, com menos de um mês para me voltar a enfiar num avião para ir ter com o senhor IB, estou a desesperar. Sem me querer armar em “special snowflake”, será que sou a única a quem o coração bate mais depressa quando lhe passa o documento do Pages entitulado “Draft1” pelo canto do olho? A quem lhe doa os olhos só de pensar em ler critérios de avaliação das Internal Assessments?

Quero dizer-vos sinceramente que estou neste singular pânico, que já nem me deixa procrastinar convenientemente. Se bem que este post, só por si, serve de procrastinação…

Só vejo o Instagram, o Snapchat e tudo o que é redes sociais, infestadas de fotografias e vídeozinhos em lojas de café, bibliotecas, escritórios e afins, onde tudo o que é alma trabalha e evolui. E em vez de me inspirar, fico a suspirar… É que eu até quero ter as coisas (bem) feitas e até penso, sem grande drama, em sentar-me umas horinhas ao sol, para contrariar o ambiente de trabalho, a escrever e pesquisar, mas quando efetivamente me sento em frente ao ecrã, a mão parece que não vai para onde a mando e acabo no Facebook, no Tumblr, ou pior! (horror dos horrores para quem precisa de trabalhar) no Netflix. De facto, comecei a ver Orphan Black, só porque sim. E o tal Draft1 por trás da janela da série…

Por isso, estou oficialmente a pedir ajuda. Como parar este ciclo de fazer-alguma-coisa-sem-fazer-nada??? (Instalar aplicações tipo ColdTurkey para bloquear determinados sites nunca resultou, acabo sempre por dar a volta à coisa…)

(Please) Stay tuned!

Mariana – Li Po Chun UWC, Hong-Kong (2016-2018)